Comemorar o Dia Internacional da Mulher...
Este é um tema que permite várias leituras.
Quando a força, quer física quer de poder, figurava como a mais representativa nas relações sociais de gênro, o homem subjugava a mulher de forma muito natural, pois este conceito fazia parte do momento histórico, e em contrapartida, a mulher se sujeitava a ser submetida porque nem se permitia pensar que houvesse uma outra alternativa.
Ai está a raiz dos abusos, que ainda se praticam em algumas comunidades em diversas culturas, e mesmo em outras, que buscam vencer esta etapa histórica.
No processo de quebrar as barreiras deste tipo de relação, quando a mulher era entendida como um ser menor, com grande facilidade para as lágrimas – numa época em que “homem não chora”, e com a função muito definida de que veio ao mundo para procriar e servir ao seu amo e senhor, quando muitas até tratavam o próprio marido como “meu senhor” (e nem faz tanto tempo), mesmo entre nós, movimentos diversos foram se instalando até chegarmos aos dias atuais, quando a mulher se faz respeitar como um ser humano com direitos e deveres tais quais os dos homens.
Toda mudança social advém de mudanças conceituais e resultam de alguns fatores. A meu ver o grande salto a favor da independência da mulher originou-se com o advento da pílula anticoncepcional que lhe deu o primeiro poder – o de ser a dona de seu próprio corpo.
No momento em que isto aconteceu, pelos anos
Vencida esta etapa, a mulher foi percebendo que o mundo dos homens não era tão inacessível, e que o melhor caminho estava na sua qualificação profissional, e foi à luta. Com isto, foi adquirindo auto confiança, respeito dos próprios homens e hoje, caminhamos a passos largos para que toda essa jornada fique apenas nos registros dos anais da história.
O Dia Internacional da Mulher veio num instante em que era preciso fazer barulho em prol da mulher sem direito algum, e teve seu importante papel. Nos dias atuais ainda tem algum sentido, para que este entendimento de que a sociedade é composta por homens e mulheres, cada qual com suas características próprias, diferentes, mas intercomplementares, passe a ser do domínio de todos, até que se tenha uma humanidade mais justa e solidária onde o respeito de uns pelos outros se processe de forma natural.
Mas uma outra leitura, esta data deixa antever: maravilha se este dia for apenas o de uma comemoração regada à afeto, assim como o dia dos pais, das mães, e também e por que não, o Dia dos Homens, e não mais para denunciar abusos, invasões de privacidade, desrespeito, e por ai vai.
Quando chegarmos verdadeiramente a isto, aí sim, teremos muito a comemorar: homens e mulheres, que sentem o desejo e se empenham para viver em paz.
Therezinha Selem
Março de 2010
taselem@terra.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário