quarta-feira, 25 de julho de 2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

Seminário MS Plano Estadual de Cultura.

O Governo do Estado por meio da Fundação de Cultura de MS realiza no próximo dia 20 de junho, o Seminário MS Plano Estadual de Cultura.

O evento tem por objetivo abrir o diálogo com gestores públicos dos 78 municípios do estado, artistas, produtores, agentes culturais, entidades e demais pessoas interessadas nas políticas publicas de cultura, que culminará na elaboração do Plano Estadual de Cultura de MS – PEC/MS.

Durante o encontro será apresentada a metodologia de elaboração do PEC/MS, e estabelecidos dois importantes pontos de estruturação democrática e participativa do processo: a instalação do Fórum Estadual de Planejamento da Cultura e definição dos Comitês Territoriais, que congregarão a participação de gestores públicos e privados dos municípios,  responsáveis pela instalação de 04 (quatro) Fóruns Territoriais de discussão no estado.

Assim, neste importante momento de construção democrática da cultura sul-mato-grossense, contamos com sua presença, bem como a colaboração na divulgação e mobilização de representantes da sociedade civil para participar do seminário.

O convite aos Prefeitos e Secretários Municipais foi oficializado por meio dos ofícios circulares 025 e 027/12/Gab. Diretor Presidente/FCMS, datados de 23 e 30.05.12, respectivamente.

Confirme sua presença por meio do endereço eletrônico: pecfcms@gmail.com. Maiores informações, através dos telefones: (67) 3316-9329/9322.
 
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PLANO ESTADUAL DE CULTURA DE MS
Núcleo Executivo Estadual - PEC/MS
Comissão Interna de Planejamento/FCMS
FUNDAÇÃO DE CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL
Informações: (67) 3316-9322/3316-9329 /3316-9328
 
 
Conheça mais sobre o Projeto de Apoio à Elaboração dos Planos Estaduais de Cultura acessando: http://planosdecultura.ufsc.br/



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PLANO ESTADUAL DE CULTURA DE MS
Núcleo Executivo Estadual - PEC/MS
Comissão Interna de Planejamento/FCMS
FUNDAÇÃO DE CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL
Informações: (67) 3316-9322/3316-9329 /3316-9328
 
 
Conheça mais sobre o Projeto de Apoio à Elaboração dos Planos Estaduais de Cultura acessando: http://planosdecultura.ufsc.br/

domingo, 11 de março de 2012

CGU inclui entidades tradicionais de MS na devassa dos convênios federais com Ongs

11/03/2012 09:50

CGU inclui entidades tradicionais de MS na devassa dos convênios federais com Ongs

Éser Cáceres
Mato Grosso do Sul tem três pessoas jurídicas no Cepim (Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas). O total de dinheiro público liberado nos projetos considerados irregulares é de R$ 418.723,56 e entidades sul-mato-grossense tradicionais estão na lista.
Divulgado pela CGU (Controladoria-Geral da União) na última semana, o Cepim relacionou 164 entidades privadas que estão proibidas de assinar novos convênios ou termos de parceria com órgãos da administração pública federal.
Em Mato Grosso do Sul, caíram no pente-fino determinado pela presidente Dilma o grupo Ecoa - Ecologia & Ação, a Associação Cultural Oficina de Criação Teatral e até a tradicional Missão Salesiana de Mato Grosso.
A devassa nos contratos envolveu mais de 1.400 convênios com diversos ministérios e começou logo após o então ministro do Esporte, Orlando Silva, cair envolvido em denúncias de corrupção. Ele deixou o cargo sob acusação de irregularidades em contratos assinados pela pasta com inúmeras ONGs.
Do total analisado, 305 contratos tiveram restrições e foram avaliados novamente pelos órgãos responsáveis. Destes, somente 164 entidades convenentes, que tiveram as irregularidades consideradas 'graves e insanáveis' foram listados no Cepim.
O projeto "Pontão de Cultura Guaikuru", da Associação Cultural Oficina de Criação Teatral (CNPJ 07.690.615/0001-36), prometeu usar dinheiro público para realizar uma mostra de filmes "consagrados pelo cinema brasileiro que retratam a cultura indígena" no CineCultura e em mais doze localidades. 
Levou R$ 150.000,00 (Cento e cinquenta mil reais) do Ministério da Justiçca. O dinheiro foi liberado em 3 de setembro de 2009 mas, até o momento, segundo a CGU (SIAFI: 704309), não houve a prestação de contas.
Já a ong Ecoa - Ecologia & Ação (CNPJ 33.120.577/0001-96), que se tornou famosa nos anos 90 como referência na luta preservacionista em MS, caiu na malha fina da CGU com um projeto que prometeu "implementar uma estrutura interinstitucional de logistica e pessoal para desenvolver um Censo Estrutural da Pesca na Bacia do Alto Paraguai em diversas regioes e municipios do Estado de Mato Grosso do Sul".
O trabalho levou R$ 138.675,33 (Cento e trinta e oito mil, seiscentos e setenta e cinco reais, e trinta e três centavos) do Ministério da Pesca e Aquicultura, liberados em 22 de abril de 2010. Segundo a CGU, a prestação de contas já foi enviada para análise.
A terceira entidade, Missão Salesiana de Mato Grosso (CNPJ 03.226.149/0015-87), faz parte da história da educação em Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, segundo a CGU, está inadimplente em um projeto de "Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Prisional".
A Missão Salesiana recebeu R$ 130.048,23 (Cento e trinta mil e quarenta e oito reais, e vinte e três centavos) do Ministério da Justiça, com ultima liberação em 9 de setembro de 2010 (SIAFI: 605282).

A relação de todas as entidades privadas sem fins lucrativos impedidas de assinar convênios com o governo federal está disponível no endereço eletrônico http://www.portaldatransparencia.gov.br/cepim/EntidadesImpedidas.asp.

segunda-feira, 5 de março de 2012

As Unidades de Pronto Atendimento em Campo Grande – UPAS


As Unidades de Pronto Atendimento em Campo Grande – UPAS

“Daí a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é de Deus”. Essa frase tão conhecida é
merecida no momento da minha ida ao UPA da Vila Almeida. Era mais ou menos uma hora da manhã, acordei com falta de ar, dores no peito e cabeça. Corremos para o UPA. Chegamos
 às duas e fomos atendidos em menos de cinco minutos.
           Quando entrei na enfermaria, a enfermeira Janaina tomou as precauções necessárias levando o meu quadro clínico ao médico de plantão.
           Em minutos levaram-me até a emergência, na qual a equipe do Dr.Rodrigo Oliveira:
Bruno, João, Suemar e Roseli – Técnicos de enfermagem trataram-me muito bem. Parecia
Que estava em uma clínica particular de alto nível. Médico excelente, auxiliares atenciosos,
equipamentos à mão e remédios.
             Permaneci na emergência das 2horas até 8horas da manhã do outro dia. Atenção
continuada.
            Não poderia deixar passar em branco esse acontecimento, posto que passamos os
dias e dias vivenciando o caos da saúde brasileira, as reclamações, as mortes nas filas, a
falta de medicamentos; a falta de médicos, etc, etc.
             Eis o porquê da frase inicial. Precisamos reclamar quando não há resposta aos impostos que pagamos, agora quando sentimos o retorno é necessário anunciar a todos e
dar nomes para que a população possa pelo menos vez em quando aplaudir esses heróis
anônimos que entendem o seu verdadeiro papel em prol da comunidade.
            Hoje, estou bem de saúde e feliz porque uma equipe do UPA pertencente ao Governo
Municipal da Cidade de Campo Grande, gestão Nelson Trad Filho cumpriu o seu trabalho a
contento.
Campo Grande, 05 de março de 2012.

Maria Helena Sarti
Escritora, poeta, educomunicadora.

PROJETO DA ADVOGADA DELASNIEVE DASPET DE RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENTOS NO REGIME SEMIABERTO EM ANDAMENTO

o Estado B1- Edição de 05-março-2012.
                       Daiany Albuquerque
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Sejusp vai tirar do papel convênio que garante ensino superior a presos.
Acordo entre o governo estadual, a OAB e a Anhanguera foi assinado em 2009, mas até agora está engavetado.
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" Eu penso que o preso deve produzir para pagar suas despesas, cuidar de sua familia, pagar os que prejudicou com seus atos, indenizar familias, etc. Esse custo não pode e não deve ser suportado pela sociedade como tem sido - apresentei esse projeto de ressocialização e assinamos convenio com a Universidade Anhanguera Uniderp, Governo do Estado do Estado de Mato Grosso do Sul e a OAB-MS. No meu  projeto o detento tem que ser preparado para voltar e assumir seu lugar na sociedade e lá dentro - tem de trabalhar, de produzir para sua manutenção e de quem dele dependia. Inscrivi esse projeto no premio Innovare - apos dois anos o governo disse que vai começar sua aplicação. Fico deveras feliz por contribuir - como cidadã - ao meu Pais, ao meu Estado, ao crescimento dessa grande parcela de cidadãos que são os presidiários".
                                                                                                                              Delasnieve Daspet
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Convênio que previa, entre outras ações, oferecer curso superior a detentos de Mato Grosso do Sul, de autoria da advogada Delasnieve Miranda Daspet de Souza, assinado em dezembro de 2009, finalmente deve sair do papel.
A garantia foi dada pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública).
O acordo previa intercâmbio com universidades nas áreas educacional, técnica, científica e cultural, a realização de cursos, seminários, conferências, congressos e outras atividades educacionais, culturais e profissionalizantes.
O objetivo é ressocializar presos em regime semiaberto e facilitar sua inclusão social no cumprimento de sua pena.
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Segurança Pública promete definir detalhes sobre acordo esta semana..

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A parceria foi feita entre o governo do Estado por meio da Sejusp e da Agepen (Agência Penitenciária), OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) e Universidade Anhanguera-Uniderp.
Entre os pontos acordados estava a possibilidade de cursos superiores on-line, pela Anhanguera. De acordo com a assessoria da Sejusp, o projeto ainda não foi executado por “problemas técnicos”. “Na próxima semana a Agepen, a Sejusp e a universidade irão fazer uma reunião. O governo ainda tem interesse em dar prosseguimento ao projeto”, informou a assessoria da Sejusp na sextafeira (2), um dia depois de ser indagada sobre as razões de o convênio ainda não ter sido executado.
Segundo a advogada Delasnieve, a parte que lhe cabia no acordo era o acompanhamento das atividades, porém, após a assinatura do acordo, a advogada disse que entrou em contato tanto com a universidade quanto com a Agepen, mas, na época, foi informada de que não teria havido entendimento entre as partes para o início das atividades. “Falei com o Ivo (Arcângelo Vendrusculo Busato), pró-reitor de Extensão da
universidade, e ele me disse que eles não se entenderam; já na Agepen me disseram que a universidade é que não tinha cumprido a sua parte”, disse Delasnieve.
O projeto, que deveria ter começado em 2010, está parado há dois anos e dois meses “Tudo que eu poderia fazer eu fiz, deixei tudo encaminhado, todos assinaram o acordo, só faltava a execução, mas isso não era comigo”, completou a advogada.
Por meio de sua assessoria, a Anhanguera limitou-se a dizer que o convênio não foi desfeito. “A Pró-Reitoria de Extensão mantém contato com a direção da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para viabilizar as ações do convênio”, disse em nota.
Quando a reportagem entrou em contato com a advogada, ela disse que não acreditava que o convênio sairia do papel. “Acho que nem vai acontecer. Infelizmente perdi dois anos da minha vida fazendo esse projeto para não ser feito. Um fica jogando para o outro e nada acontece”.
Conforme Delasnieve, ela já havia até inscrito o projeto no Prêmio Innovare, que premia práticas inovadoras realizadas por magistrados, membros do MPE e MPF, defensores públicos e advogados públicos e privados.
O projeto não tinha custo, segundo o relatório, para nenhuma das partes.




 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ELEIÇÃO DO FESC/MS



Foto de Venancio Josiel dos Santos:
SENTADOS ( da direita para a esquerda )
Maria Helena Sarti  - atual Secretária Executiva do Fórum Estadual de Cultura - gestão 2011/2012
Delasnieve Daspet - Conselheira Estadual de Cultura - reconduzida - 2012-2016
Robson Simões - Secretário Executivo do FESC/MS gestão  2010/2011
DE PÉ  ( da esquerda para a direita )
Nelson Vieira  - Suplente de Delasnieve Daspet
Venâncio Josiel dos Santos - Conselheiro Eleito 
 O Fórum Estadual de Cultura de Mato Grosso do Sul  é uma articulação estadual de entidades não governamentais, empresas afins, movimentos populares, entidades privadas que representam os profissionais das respectivas áreas e atividades afins da cultura e das que atuam na defesa de direitos difusos e coletivos, acima de distinções religiosas, raciais, étnicas, ideológicas ou partidárias, aberta à cooperação com entidades governamentais, nacionais e internacionais, para a consecução de seus objetivos.  Pela sua natureza, o FESC/MS não tem personalidade jurídica formal, encaminhando e fazendo valer suas decisões deliberadas em Assembléia Geral como consenso representativo da comunidade cultural e artística do Estado.
TEM POR OBJETIVO:


I - Contribuir para o cumprimento, pelo Estado e sociedade civil, do dever constitucional de assegurar o desenvolvimento pleno da Cultura e da cidadania a partir da realização das políticas públicas e de fomento em âmbitos local, regional e nacional, com ênfase à cultura regional..

II - Contribuir para o cumprimento, pelo poder público e pela sociedade civil, do dever constitucional de assegurar o acesso de todos às manifestações culturais.

III - Fomentar a conscientização visando estabelecer a melhoria qualitativa e quantitativa das manifestações culturais de Mato Grosso do Sul.

IV - Promover o intercâmbio com os Conselhos Estadual e Municipais de Cultura visando a formulação, execução e avaliação das políticas públicas de fomento às manifestações e execuções culturais de MS.

V - Promover a defesa da diversidade e da pluralidade cultural.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ELEIÇÃO DE NOVOS CONSELHEIROS DE CULTURA - PELA SOCIEDADE CIVIL









No dia 25 de fvereiro o FESC/MS - Fórum Estadual de Cultura de Mato Grosso do Sul realizou eleição para novos Conselheiros de Cultura de MS - na sala de reuniões do Conselho estadual de Cultura, em Assembléia Ordinária, o FESC/MS elegeu novos conselheiros para substituir Conselheiros com final de mandato de conformidade com o RI do FESC/MS .
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Foram eleitos - 
A  Conselheira de Cultura Delasnieve Miranda Daspet de Souza foi reconduzida como Conselheira Titular e terá como Suplente o escritor Nelson Vieira,  e  o Conselheiro Titular Venâncio Josiel dos Santos  substituirá o escritor  Rubenio Silvério Marcelo.
Os eleitos terão seu período de gestão até 10 de março de 2016 e representam a Sociedade Civil.
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O Conselho Estadual de Cultura tem por finalidade básica regulamentar, acompanhar e orientar a política cultural do Estado, aprovar o Plano Estadual de Cultura fiscalizando sua execução pelas áreas competentes, e deliberar sobre projetos culturais que deverão receber investimentos públicos através do FIC ( Fundo de Investimento Cultural ).  É composto  de 12 (doze) membros titulares e igual número de suplentes, nomeados pelo Governador do Estado para mandato de 04 (quatro) anos, sendo 6  representando o Governo e 6 representandp a  Sociedade Civil e que são eleitos e indicados pelo  Fórum Estadual de Cultura (FESC/MS).
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Delasnieve Daspet  já dirigiu o FORUM ESTADUAL DE CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL por quatro gestões e Venancio Josiel dos Santos por um periodo.












sábado, 18 de fevereiro de 2012

A Lírica de Delasnieve Daspet - Ensaio de Helenice Maria Reis Rocha


Literatura
 
Estado Mato Grosso do Sul -  C7
Sábado, 18 de fevereiro de 2012
Jornal O
http://www.oestadoms.com.br/flip/18-02-2012/p23b.pdf
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Autora Helenice Maria Reis Rocha é graduada em Letras pela UFMG
A Lírica de Delasnieve Daspet  - Ensaio
        de Helenice Maria Reis Rocha*
Pensando na possibilidade de configurar um conceito de lírica pós moderna ao sabor das mídias contemporâneas, detenho-me na poesia de Delasnieve, líder brasileira de Poetas del Mundo, poesia em trânsito na modernidade global num momento de desconstrução das lógicas discursivas hegemônicas e de babelização das estabilidades conceituais dos discursos canônicos.

Se existe algo, em termos conceituais, que nos garante a possibilidade de definir algo como fenômeno de linguagem inscrito na compreensão de uma dicção lírica,o que seria esta dicção no bojo dos falares contemporâneos,da linguagem de massas , da secreta fabulação dos teóricos da academia é o que me cabe perguntar neste trabalho. Remeto-me a um verso de Safo,a grande voz feminina da lírica grega,sobre solidão e lua e aporto no seguinte verso...¨somente a Lua, indiferente, continuou iluminando a cidade escura pela tua ausência(Daspet,20,2003).

Safo, num momento de profunda solidão expressa a sua condição humana de criatura sem defesa diante do abandono (as ninfas se foram,o dia também) eterno abandono de toda criatura diante da realidade única: sou o único ser com o qual realmente estou neste momento a ausência. Delasnieviana se aproxima
da ausência do poema imortal de Safo, aquela que nos remete a nós mesmos.
 
A poética do desencanto que nos descentra da palavra de aprovação, seja da academia ou mesmo daquele discurso hegemônico que legitima, ou quem sabe, da benção do pai, fundamento, saber por excelência, ratificado pelo aristotélico verbo de identidade, e estabeleço a crise, o não lugar,a possibilidade da utopia ou da ausência total dela.
 
O Não LugarDicção migrante entre os saberes do mundo e a palavra. A dicção aparentemente simples, quase midiática (música sertaneja,hip hop) entremostra a inquietante decisão da palavra que afirmativa que diz do que sabe e a instigante fragilidade do non sense. Deixar de existir é impossível para o cantor sertanejo, uma vez que este não lugar exila o sujeito da identificação afetiva. Se o corte epistemológico que cinde os saberes do mundo com a emoção do poeta realiza esta desidentificação com o status hegemônico, tanto a hegemonia do discurso oficial, quanto a hegemonia do discurso da margem, na sua pluralidade, estamos diante da singularidade da linguagem poética, terra estranha, mundo insólito de selvagens, redutíveis apenas à beleza, por ela mesma, e à estranha humanidade da razura,da perda, de todos os perdidos no mundo e enclausurados na única realidade mesma do homem, o intangível da comunicabilidade através da palavra.
Novamente
Lua e Desencanto
Encostada na janela senti a serenidade da noite
A Lua começava a surgir num suave prelúdio da
bela luz refletida na areia(Daspet,23,2003)

Retomando a sábia ironia de Ruth Silviano Brandão sobre uma certa idéia de logus, teia iluminadora da razão, invenção de homens, reivindico aqui o direito à sombra, à ambiguidade do inconsciente , à uma certa clandestinidade que esta poesia evoca. A lua refletida na areia é uma entreluz , não uma luz total ou a completa ausência delaArs Poética.

Em Um Ser Partido,vejamos:

O que pulsa em mim
Vê-se no espelho partido
Irrevogavelmente viva
Povoada de ausências...
O sangue segue seu caminho
E, torna-me uma mera sátira!
Uma sátira de involuntários movimentos(Daspet,90,2000)

Flor de Logus estilhaçando os recursos da linguagem pré socrática. O espelho partido , a recusa da identificação que legitima a autoridade, a presença, e que, no feminino, estabelece o caldo de rebeldia que reconduz dolorosamente à vidaDesidentificada e sóSem o shtablisment. Então, algo da ordem do indizível se instaura porque, aquele que deixa de existir, desiste de qualquer legitimação, o que é impossível para qualquer arte inscrita no escopo da ideologia, dos discursos hegemônicos...

Poeta trilhando o heróico caminho da lírica feminina pós moderna que estilhaça as dores clássicas da romântica Cecília Meireles e suas jovenzinhas torturadas, ou a contemplativa Henriqueta e seu sublime elogio da morte. Se todas as Mariazinhas foram educadas para a arte do encontro, Psafo, a três mila anos atrás já tinha desistido dele, assumindo a sua solidão diante da Lua, que nesta lírica não é a dos namorados. O desencanto desta dicção deságua no inusitado de
 
São Difíceis as Coisas que quero dizer
Esperou tanto um novo encontro
que a esperança se esvaiu
como um copo d'água
esquecido(Daspet,77,2001)

Só uma dicção lírica como esta daria lugar à arte do desencontro. Uma água que não sacia, parte de um esquecimento que não ousa ser esquecido. Saindo da lógica estabelecida do encontro feliz, do casamento com a eternidade,  proponho aqui a seguinte reflexão Otávio Paz,em Os Filhos do Barro - nos diz da tradição da ruptura, ou seja:o esforço de romper com os parâmetros tradicionais da linguagem, nos joga na armadilha de transformar em tradição, a pretensão à subversão. Sem recorrência à nenhum dos recursos formais da recolocação matérica dos recursos da linguagem poética, propostos pelo formalismo e estruturalismo russo estaria aqui a arte poética fundamentalmente no modo de dizer. Advogo aqui a força do que se diz para além das possibilidades do dizível

Em Transpondo Barreiras,Delasnieve diz:

Vou trabalhar meus medos
o temor do desconhecido
De não mais existir
Do primitivo homo sapiens
ao que cheguei ser
Vou transpor minhas fronteiras(Daspet,88,2002)

O salto mortal da experiência primeva de existir à possibilidade da não existência, elide o sujeito, assunção que razura o estar no mundo em relação aos saberes, aos falares, aos discursos, tanto oficiais quanto não oficiais. Se não existo, caminho rumo a pátria incerta, socrática, daquilo que não sei. Triunfo sobre logus, afirmativo por excelência, mesmo quando nega. Crise, fenda, cisura que exila o sujeito da autoridade que vem de fora (do pai,dos discursos hegemônicos,das narcísicas tradições culturais de autoridade ou da dialética pretensão à ela).
Rebeldia e simplicidade. Excêntrica simplicidade recusando os latifúndios culturais das modernas teorias da linguagem. Linguagem de massas circunstanciando a dicção de uma lírica de três mil anos.

A vida é um caminho
Reclamo a minha estrada
O reencontro comigo!(Daspet,20,2002)....

Retomando João Ribeiro em Páginas de Estética, números 45 e 63 numa reflexão de A.M.Teixeira....o aspecto essencial da beleza é não ser intelectualmente
compreendida e não conter um só elemento de inteligência ou razão. Pode ser explicada: podem-se perscrutar as leis secretas que a regem como todas as coisas; mas sentí-la não é matéria da ciência(...)A obra de arte precisa 'conviver' e 'con-criar' conosco. Para que haja mistério na obra literária ou plástica é mister que haja incompreensão, mas sem obscuridade; que a alma que as escute ou as sinta se embeveça e continue a cismar o sonho do poeta.....Cada um se perfaz e completa a sua impressão própria e pessoal. A verdadeira obra de arte é mais um estímulo....do que idéia.

Esta Lua que se recusa, tanto à obscuridade quanto à Luz plena se me afigura o lugar provocador da linguagem poética que se recusa à estabelecer-se, levando a produção de sentidos a migrar, junto com aquele que lê, tanto à possibilidade de criação quanto à de recriação.
 
Inscreve-se assim nesta poesia, a possibilidade permanente da rediscussão da  estabilidade que nos impressiona nas teorias contemporâneas da linguagem poética. Não se trata aqui do experimentalismo formalista ou estruturalista nem tão pouco das modernas posturas das poetisas contemporâneas diante da nossa eterna condição humana.  Simplesmente a serena postura de alguém diante da Lua, se desligando do mundo com todas as suas linguagens, sedução e formas de autoridade.
 
Rebeldia total. Esta recusa ao mundo através da contemplação da lua. Me parece o corte epistemológico que nega dialeticamente a identificação narcísica com a autoridade como poder. E consequentemente as formas de identificação que legitimam a tirania do discurso oficial,de qualquer poder hegemônico. Bhabha nos diz:
Não passará a linguagem da teoria de mais um estratagema da elite ocidental culturalmente privilegiada para produzir um discurso do Outro que reforça a sua própria equação de conhecimento e poder....(Bhabha,1998:45)

Pensando na poesia de Delasnieve como quem frui um fenômeno de dicção que é parte da diáspora pós colonial (antes do 11 de setembro) é interessante
associar visões de lírica de três mil anos atrás com a contemporaneidade.

A simplicidade desta linguagem me remete à comunicabilidade midiática, à lírica de todos os tempos, ao que parece banal e é complexo.  Se pensarmos que, em termos de lírica trovadoresca,  passando por Camões(Lírica),  que usa o modus operandi da redondilha, essencialmente popular,  talvez tenhamos uma pista para compreender esta junção entre comunicabilidade imediata e complexidade,  uma vez que a também aparente simplicidade de Safo atravessou três mil anos. 
 
Se Benjamim (Magia e Técnica,Arte e Política) nos diz que a lírica,  bem como toda a poesia,  nos diz que a arte não é reprodutível em série,  penso ser perfeitamente possível dizer que o formato,  a forma linguageira,  pode ser reprodutível,  os sentidos produzidos certamente não.
 
Vivemos dentro de uma estrutura de linguagem aristotélica, conceitual, estruturada sobre o verbo ser que funciona como um princípio de autoridade que legitima ou não alguém . Os marxistas questionam isto o tempo todo.  A dialética também e a poesia de Delasnieve  me lembra muito Safo no momento (e este verso de três linhas atravessou  três mil anos). Ela se  posiciona diante da sua Lua como se desconhecese o barulho do mundo.  Apesar de ser uma autoridade legal não parece buscar nenhuma forma de legitimação por um princípio de autoridade, seja teórica, seja epistemológica (teorias contemporâneas sobre o fazer poético)Isto é muito revolucionário e fui precebendo que é uma poesia belíssimas.
Lembro  que a  liberdade é a única forma de servir à humanidade como artista.
 
Em termos de Delasnieve, quanto de todos os líricos,  advogo a possibilidade de estarmos diante do que Adorno,  Herbert Head chamam de objeto único.
Irredutível senão aos seus próprios termos .
Misterioso e belo na sua intraduzível simplicidade.
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Helenice Maria Reis Rocha  -Perfil
Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (1997) e mestrado em LETRAS: ESTUDOS LITERÁRIOS pela Faculdade de Letras (2000); Título: Sinais de Oralidade:A Transfiguração da Voz em Cobra Norato, Ano de Obtenção: 2000.;atuando principalmente no seguinte tema: Amazônia, Vida.Especialista em Música, área de Concentração: Educação Musical.Crítica.
De Belo Horizonte -MG - Brasil
helenice@task.com.br .
O presente ensaio será apresentado pela autora junto a ABRALIC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LITERATURA COMPARADA. Produção em C,T & A Textos em jornais de notícias/revistas 1. ROCHA, H. M. R. . As Marcas da Alteridade em Cobra Norato. Revista da Pós-Graduação em Letras da UFPA, Belém, p. 95 - 102, 10 jun. 2006. Trabalhos completos publicados em anais de congressos 1. ROCHA, H. M. R. . As Veredas da Palavra: uma tautologia do sertão. In: Encontro Regional da ABRALIC, 2005, Rio de Janeiro. As Veredas da Palavra: uma tautologia do sertão, 2005. 2. ROCHA, H. M. R. . Os Arquétipos Femininos na Poesia de Ana Miranda. In: XI Seminário Nacional Mulher e Literatura II Seminário Internacional Mulher e Literatura ANPOLL, 2005, Rio de Janeiro. Os Arquétipos Femininos na Poesia de Ana Miranda, 2005. 3. ROCHA, H. M. R. . Comunicação Riobaldo Tatarana entre o Ser e o Nada. In: III Seminário Internacional Guimarães Rosa, 2004, Belo Horizonte. Comunicação Riobaldo Tatarana entre o Ser e o Nada, 2004. Apresentações de Trabalho 1. ROCHA, H. M. R. . 8º Salão Minastenista de Pintura. 2004. (Apresentação de Trabalho/Comunicação). 2. ROCHA, H. M. R. . 1ª Exposição Minas Tênis. 1991. (Apresentação de Trabalho/Comunicação). Produção artística/cultural 1. ROCHA, H. M. R. . Sinfonia dos Elementais. 2004. (Apresentação de obra artística/Musical). 2 ROCHA, H. M. R. . Cameratinha Dissonante para Cordas. 2005 (Musical).

domingo, 29 de janeiro de 2012

NOVA DIRETORIA DO FESC/MS PARA O ANO 2011/2012

NOVA DIRETORIA DO FESC/MS PARA O ANO 2011/2012








Secretaria Executiva:
Maria Helena Sarti (Nena Sarti)- ALB/MS- msarti60@gmail.com -

Secretario Adjunto:
Sebastião Bronze (Centro de Pesquisas Folclóricas Mar de Xaraés) - ss.bronze@hotmail.com- -

Assessores:
Aida Domingos- FALAMS – aidacampogrande@hotmail.com –
Carlos Eduardo Gomes Silva (Bandas) – carloseduardogomes.silva@gmail.com -
Vanda Ferreira –Consulado rural pelos Poetas Del Mundo- bugresia@yahoo.com.br –
Suplentes:
Elias Borges – UBE/MS –
Ana José –(Coletivo de Mulheres Negras) – anajolopes@hotmail.com –
Robson Simões de Almeida – robsonlumini@gmail.com


Valeska Duarte - ciganaduarte@hotmail.com - 9955-6332



Venâncio Josiel – drvenanciojosiel@hotmail.com -