sábado, 3 de abril de 2010

Sueli Batista Damasceno

Poetisa de TL convidada para Bienal do livro

Professora formada em pedagogia há 20 anos, há quinze lecionando na escola Dom Bosco, diz ter orgulho de sua profissão

Sarah Minini
Enquanto “Poeta” como se auto denomina, Sueli trilha um novo tempo em sua carreira
Enquanto “Poeta” como se auto denomina, Sueli trilha um novo tempo em sua carreira
A professora Sueli Batista Damasceno é poetiza há 22 anos e embora seja nascida em Dracena (SP), se considera uma “poeta” treslagoense, pois foi onde se descobriu enquanto escritora. “Eu não gosto do termo poetisa, não tem feminino ou masculino para isso, tem a inspiração e transpiração de escrever o que se sente, sem essa dicotomia”, explica.

Professora formada em pedagogia há 20 anos, há quinze lecionando na escola Dom Aquino, diz ter orgulho de sua profissão, que a permite estar em contato com vários universos a todo o tempo dando-lhe inspiração diária, já que escreve sobre diversos temas.

Enquanto “Poeta” como se auto denomina, Sueli trilha um novo tempo em sua carreira, é hora de publicação e reconhecimento. Uma de suas poesias foi escolhida para ser publicada em um livro intitulado “Falando de Amor” da editora “Casa do Novo Autor”, além da publicação, a obra “Exagerado” a levará para a 21° Bienal do Livro, que acontece em São Paulo, do dia 12 a 22 de agosto.

O livro em que a poetisa terá sua poesia publicada terá 160 obras de escritores de diversos locais. Conforme Sueli estar entre os 160 autores dos 800 que mandaram seus textos para a publicação, já é uma dádiva, mas ser convidada para estar ao lado de escritores renomados aos quais ela admira é a realização de um sonho inimaginável. Sueli ficará no estande da editora Casa do Novo Autor, junto a outros poetas selecionados especialmente para compor a mesa de atores para apresentar a publicação do “Livro Falando de Amor”.

Amor a Três Lagoas
Por amor ao município a poetisa Sueli afirma que estará na 21° Bienal do livro, para apresentar não somente sua poesia “Exagerado”, mas também representar Três Lagoas, mostrando que o município também oferece literatura, o objetivo é dar visibilidade cultural para Três Lagoas abrindo as portas para outro autores. “As vezes ficamos aqui, em uma cidade, onde não há muito incentivo a cultura, não recebemos muito crédito e nem somos levados muito a sério por nossa produção. Conseguir um destaque em uma publicação é algo que nos motiva e faz com que queiramos lutar por mais espaço e abrir caminho para os nossos amigos que também escrevem”, afirma.

Emocionada a poetiza ainda diz: “é uma alegria poder ver escrito no estande da Bienal do Livro ‘poetisa de Três Lagoas com a obra Exagerado’. A emoção bate forte todas as vezes que penso, que posso levar o nome da minha cidade e do meu Estado de coração para fora, porque foi aqui em Três Lagoas que tive admiradores do meu texto, inclusive publicados no Hojems.

Mas para levar o nome do município para a 21° Bienal do Livro – um dos eventos literários mais importantes do Brasil – a poetisa precisa de patrocínio, para isto ela conta com o apoio do Sinted (Sindicato dos Trabalhadores em Educação), e pede para aquele que acredita em cultura ajudar a custear a viagem.
Exagerado
Pra te convencer do meu amor,

tornei-me no mais hábil dos astrônomos,

Estudei estrela por estrela, encontrei uma...

de brilho intenso, quase eterno!

E dei a ela o seu nome!

Pra te convencer do meu amor,

Mergulhei no mais profundo oceano,

passei por inúmeros perigos, duelei com tubarões.

Corri risco de vida, pra encontrar uma pérola.

E encontrei a pérola rara, de indiscutível beleza.

E dei a ela o seu nome!

Pra te convencer do meu amor,

andei até os confins da terra

Subi montanhas, atravessei vales e florestas.

Passei fome, passei frio e por pouco não morri.

Pra encontrar uma flor de inigualável beleza!

E encontrei a flor, e dei a ela o seu nome!

Pra te convencer do meu amor,

Decorei versos, decorei Drumonnd, decorei Camões.

Tornei-me versado em letras.

Pra buscar uma palavra, um verso.
Encontrei o verso e dei a ele o seu nome.

Pra te convencer do meu amor,

Usei de todos os recursos, estudei estrelas,

Estudei letras, subi montanhas, atravessei deserto,

e planície, mergulhei em mar profundo.

Tornei-me exímio em quase tudo

Mas pra que ser tão exagerado!

Se era só preciso, que tu olhasses nos meus olhos!

Apertadinho e bem lá no fundo, enxergaria... Tudo.

Depois iria ver meus lábios trêmulos


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