terça-feira, 6 de outubro de 2015

PROPOSTA FESCMS PARA A REDE ESTADUAL DE CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL - 2006

PROPOSTA FESCMS PARA A REDE ESTADUAL  DE CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL - 2006



Queremos fazer um retrato dos pontos mais importantes que caracterizam a sociedade de Mato Grosso do Sul,   e,  daí partir para explorar o tema:  Novas Lideranças culturais; setores emergentes e sociedade civil.
Somos uma democracia representativa recente que ainda esbarra em uma cultura arraigada de privilégios de uma pequena parcela da população.
A desigualdade ainda persiste como a principal causa da pobreza e das diversas formas de concentração que o país apresenta – educacional, cultural, econômica, política eis que a maior parte das pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza no Brasil não se encontra nessa situação porque o país é incapaz de gerar renda, mas porque internamente há um excesso de desigualdade em relação ao resto do mundo.
A desigualdade de renda deriva da desigualdade de acesso a educação, propriedade, crédito, conhecimento, infra-estrutura etc. Precisamos democratizar  o acesso a esses ativos.
Temos necessariamente que contemplar um vasto e diferenciado conjunto de atores, compartilhado entre diferentes níveis de governo, entidades da sociedade civil e empresas privadas, e, pessoas que  lutam por um espaço público ampliado e por ver atendidas as suas reivindicações.

E é aqui que começam a ser identificadas novas modalidades de participação social e do exercício da cidadania, transgressoras à face política da classe média ou classe trabalhadora sindicalizada percebida até então. Surgem as entidades não-governamentais organizadas a partir dos espaços comunitários, renovação da sociedade civil,  lideranças empresariais que, utilizando a política de subsídios fiscais adotada pelo Governo, estimulam a produção cultural profissionalizada.
Potencializar o capital social e cultural de um povo é uma tarefa complexa que exige o alargamento das possibilidades das políticas culturais de se integrarem ao esforço de desenvolvimento do país. Isso, naturalmente, implica um esforço de potencializar as áreas de planejamento e gestão de um segmento identificado pela aversão a essas áreas de ação pública, com o investimento sistemático em formação de quadros públicos habilitados a operar com a gestão cultural. Planejamento requer pesquisa, mapeamento, diagnósticos continuados, avaliação e monitoramento, quadros públicos e não-públicos qualificados, desenho de programas estratégicos e menos táticos.


Recuperar a dimensão política da cultura: nosso principal desafio. Esta tarefa só será possível se as políticas de cultura formuladas e empreendidas  se associarem ao esforço de desenvolvimento local de cada município. - priorizar a cultura do desenvolvimento, incorporando  o respeito às diferenças, o respeito à diversidade e ao pluralismo cultural, as questões de gênero, étnico-raciais, de proteção às minorias culturais.  Não há direitos humanos, nem tampouco democracia, sem a justiça cultural, sem a diversidade e o pluralismo cultural e, nem tampouco, sem que se assegure o direito de existir, o direito à visibilidade, o direito à diferença e à dignidade cultural.



Louvamos tudo o que foi feito até o presente momento pelos diferentes governos de nosso Estado, mas quando viável, o governo tem de seguir as sugestões e  orientações da sociedade civil.
Hoje, podemos  dizer, que a sociedade civil cultural de MS se encontra organizada e mobilizada. O FESC/MS se encontra em vários municípios.Unimos  os pontos. Costuramos as diferenças. Fechamos o cerco. Estes são os objetivos do Fórum Estadual de Cultura, quando se propõe a apresentar um plano estadual  de cultura para  os candidatos ao governo do Estado. É um pensamento macro. Como não se tem remédio pronto – o ano eleitoral é o portal para a discussão de soluções aos problemas que já se tornaram crônicos.


Visitamos todas as regiões e a partir das sugestões recebidas  idealizar o futuro,  ou seja,  interiorizar as políticas públicas de cultura do Estado;  estabelecer um compromisso social com a implantação de um sistema efetivo de boa aplicação dos recursos,  e, fomentar o debate, dando voz, vez e voto a quem nunca teve.

A sociedade civil organizada se torna a base da construção do institucional de cultura de uma comunidade, haja vista que o produtor de arte se torna quase impotente quando age individualmente; precisará, com certeza, do apoio de uma instituição.
Portanto, a identificação, valorização e organização das entidades que tratam de cultura, são ações fundamentais para que o Estado  cumpra suas finalidades com plena democracia, transparência e resultados que contemplem as políticas públicas do Governo; ao mesmo tempo em que essa interação facilita a solução a problemas coletivos, como aposentadorias, ganhos de mercado e outros tantos.

Eis os nosso diganóstico. Um projeto de soluções e metas para – digamos para os próximos 20 anos. Muitas coisas poderão e deverão   ser desenvolvidas e implementados pelo setor privado, mas, mais da metade,  será com o governo, e o governo, quando segue  a orientação da sociedade melhora o índice de  crescimento, de produtividade, de qualidade de vida, de fazer aflorar a cidadania e a dignidade de seus indivíduos.

Nos mobilizamos  buscando integrar todas as áreas, em prol da construção de uma reflexão sobre as políticas culturais (pública e privada) e a ação em prol de todos os habitantes da região, visando dar acesso, qualidade e informação sobre os eventos promovidos, bem como instrumentalizar o artista para sua arte e o público, para uma visão crítica e ampliada do que seja Cultura, lazer e participação.
Eis as sugestões para a  tarefa que delegaremos ao futuro governador do Estado de MS, para fortalecimento da nossa Cultura:

  1. Fortalecimento dos Pontos de Cultura, estruturando-o em todos os municípios;
  2. Equipar os municípios com pelo menos uma biblioteca pública e ampliar as já existentes;
  3. Valorizar a cultura e os produtores culturais  regionais e locais;
  4. Reavaliar os critérios para a concessão pelo FIC:
    1. Pessoa Física
    2. Pessoa Jurídica.
  5. Participação das Universidades no processo de efetiva implantação do projeto de cultura;
  6. Alternativas ao FIC.
  7. Envolver os  países visinhos no levantamento cultural de MS;
  8. Levantar a  nossa história e tradições.
  9. De onde viriam as verbas ?

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